Porque navegar é preciso


Por Michelle Fernandes (*)

Durante a colonização do Brasil, o que chamou a atenção dos portugueses foi o fato de o Brasil possuir uma grande costa marítima, facilitando a exportação das mercadorias para o exterior e a troca no mercado interno, uma vez que o transporte utilizado na época era o aquaviário. Navegar era preciso.

Hoje, enfrentamos um grande gargalo logístico, devido à ineficiência no uso dos modais de transporte que possuímos. E, basicamente, usamos o modal rodoviário, aéreo e o marítimo, pois possuímos poucas ferrovias e o grande fluxo de cargas do modal ferroviário é mais utilizado para commodities, como por exemplo, o transporte de minério.

A falta de infraestrutura é, sem dúvidas, o fator determinante para tal problema, e os investimentos que são feitos no setor contrariam a história e a expectativa dos usuários.

Grande parte das mercadorias de importação e exportação cruza o país por transporte rodoviário até os portos, muitas chegam a circular 1.000 quilômetros, gerando um custo altíssimo no processo e fazendo com que as mercadorias não sejam competitivas. Parte do custo Brasil está ligado a tal ineficiência logística, uma vez que o governo gasta muito priorizando o transporte rodoviário, que acaba demandando a construção e melhorias das estradas, fiscalização, atividades para despoluição do meio ambiente e gasto com acidentes causados pelo grande fluxo de caminhões nas rodovias.

O Modal Rodoviário na logística tem uma grande importância, como em diversos países, para a finalidade de distribuição de mercadorias e no papel de “Outbound”. Isto é, o de continuar o transporte para a entrega final no cliente, que por sua vez foi realizado por outro modal principal, o aquaviário ou o ferroviário.

Hoje, o modal rodoviário tem uma parcela de 58% do total de cargas transportadas no Brasil, o restante se divide em ferroviário e aquaviário. Para um breve comparativo dos altos custos cobrados no transporte rodoviário, temos como exemplo o frete de Shanghai, na China, para o porto do Rio de Janeiro, que sai, em média, US$ 1.900,00, mais taxas portuárias. Já no transporte rodoviário, temos como exemplo uma carga saindo do Rio de Janeiro para a cidade de São Luís, Maranhão, com frete em torno de R$25.000,00.

Outros exemplos interessantes seriam uma carga que parte do Rio de Janeiro para Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que tem média de custo de R$13.000,00, e uma seguindo do Rio de Janeiro para a cidade de São Paulo, que são 400km de distância, o valor seria em torno de R$4.500,00, acrescendo ainda os Impostos, pedágios e seguro.

Navegar é preciso. Nosso país possui uma costa de 8,5 mil quilômetros trafegáveis, com 37 portos organizados que poderiam receber cargas de outros estados e do exterior. Infelizmente, nossos portos não possuem calados, equipamentos modernos, tecnologia e infraestrutura como um todo, gerando a incapacidade de atender grandes embarcações e a demanda do modal marítimo como deveria.

O uso da cabotagem, ou seja, o transporte marítimo na costa brasileira poderia gerar maior competitividade para o nosso país com as mercadorias oriundas das exportações e , devido ao baixo custo desse modal, mas infelizmente o que vemos no Brasil é o avanço do modal rodoviário.


Michelle Fernandes é sócia e Diretora de Logística da M2Trade Importação Exportação

Comentários

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