Do Brasil para o Mundo



Recentemente li um artigo falando sobre a infraestrutura dos portos da China, o quanto de investimento este setor está recebendo do governo.

Hoje li outro artigo falando sobre a 1ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), que irá acontecer em Xangai, em Novembro próximo, um projeto para abrir ainda mais o mercado chinês ao mundo, pois querem mostrar como é o mercado chinês e do que são capazes.

Sabemos que os chineses são muito abertos a todo tipo de novidade, seja cultural, de consumo, tecnologia e outros.

Também já percebemos do que são capazes, a velocidade com que crescem ano após ano, é realmente impressionante!

Já o nosso amado Brasil ...

Não estou aqui para falar mal do meu país, muito pelo contrário, se eu não acreditasse que podemos fazer muito, eu não estaria mais aqui, isso é uma certeza que tenho. Porém, tenho consciência da quantidade de problemas que temos aqui, e onde faltam muitas coisas...

Falando sobre infraestrutura, os nossos Terminais privados tem uma infraestrutura razoável. Mas quando falamos dos nossos Portos Públicos, a mudança é drástica, alguns portos sequer conseguem receber uma carga ou um equipamento de grande porte, e por que? Porque a capacidade operacional não comporta, porque o porto não tem equipamentos para fazer a operação, porque o porto não tem pessoal especializado para fazer uma operação diferenciada, ou até mesmo porque o solo não comporta ou o calado não é suficiente para receber um navio maior e por aí vai, a lista é grande...

Segundo um estudo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), serão necessários USD 6,5 Bilhões de investimento em portos brasileiros até 2040, se não quisermos ser ultrapassados pelos nossos vizinhos.

O desafio é avançar na modernização do sistema portuário e a modernização da infraestrutura portuária, que deve vir acompanhada de uma melhoria na infraestrutura logística, onde garanta a acessibilidade terrestre e marítima. Fácil? Não, não será fácil.

Há +/- 20 anos, a participação do Brasil no comércio internacional era de aproximadamente 1,5%. Sim, apenas isso... aí perguntamos... e hoje? Não chega a 2%!!

O que aconteceu em 20 anos que não crescemos? Ou melhor, o que não aconteceu em 20 anos? Acredito que possamos fazer uma grande lista da lição de casa que não fizemos, e que a China fez muito bem, por exemplo. 

Podemos dizer que a nossa cultura não é uma cultura de exportação, pois temos um mercado interno muito forte, e a falta de interesse ou o simples medo das empresas brasileiras de acessar o mercado internacional, ou o “Custo Brasil” também impede produtos brasileiros de serem competitivos e chegarem ao mercado internacional, a burocracia dos órgãos anuentes, entre tantos outros motivos.

O Brasil tem mais de 12 milhões de empresas, mas somente 0,21% exportam, é muito pouco, temos uma capacidade enorme de crescimento.

Podemos ainda comentar sobre esta pequena participação do Brasil no comércio internacional, que na sua maioria é com a exportação de commodities, não de produtos com valor agregado.

Nos perguntamos se o Brasil é um fracasso... Não, as exportações brasileiras tem crescido nos últimos anos, mas ainda sem muita expressão.

Um país deste tamanho, com a capacidade e criatividade que temos, deveria estar numa posição melhor, mas acredito que cabe aos empresários começarem a pensar que podemos nos mostrar ao mundo, temos produtos maravilhosos que devemos sim globalizá-los, e não apenas receber produtos de outros países.

Exportar é bem mais fácil do que muitos pensam.

É importante também pensar quais são os projetos relevantes que o próximo governo tem para investir no setor de Comércio Exterior, Infraestrutura e Logística para os próximos 4 anos, já que estamos próximos a uma eleição.

Ou o Brasil será engolido por países que investem.

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Malu Bruno, paulistana formada em Comex e com especialização em Negócios Internacionais. Fundadora da Facile Projetos e Assessoria e atuante no mercado há mais de 12 anos, adora grandes projetos com alto grau de complexidade e desafios.

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